O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.

Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.

O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.

A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Recifes de coral correm o risco de estar moribundos em 2100


Um novo estudo levado a cabo por investigadores norte-americanos sugere que, se não se reduzirem, a curto prazo,  as emissões de CO2 para a atmosfera, a descida do pH dos oceanos vai condenar os recifes de forma que terão desaparecido ou estarão moribundos em 2100.
A investigação, que vai ser publicada durante o próximo ano no relatório do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas, baseou-se nos resultados de modelação computacional levada a cabo por 13 equipas em todo o mundo. Os novos modelos distinguem-se dos que já foram apresentados antes, pelo facto de terem em conta o fenómeno de interação entre a química do oceano e a atmosfera enriquecida em CO2 (biogeoquímica ativa), é explicado no site de notícias do grupo editorial que publica a revista “Science”-
Este tipo de modelação permitiu prever a evolução futura do pH da água em regiões que albergam 6000 recifes de coral, aproximadamente 2/3 do total mundial. O pH é determinante para a manutenção e crescimento dos recifes, já que estes fenómenos envolvem a deposição da aragonite – uma fora cristalina de carbonato de cálcio – que se encontra dissolvida na água e cuja disponibilidade, denominada saturação, diminui à medida que o pH é reduzido.
Atualmente, a saturação de aragonite na água tem um valor que varia entre 3 e 3,5, sendo 3 o limite abaixo do qual a sobrevivência dos corais fica comprometida. Por outro lado, estima-se que, na era pré-industrial a saturação de aragonite tenha sido superior a 3,5.
“Se se mantiver a trajetória de emissões, os recifes estão condenados” - informa Ken Caldeira, o investigador mais experiente envolvido no estudo - uma vez que a água envolvente apresentará um nível de saturação de aragonite inferior a 3, podendo apenas ser debatido quando morrerão.
Pelo contrário, numa trajetória de baixas emissões, em que a libertação de CO2 sofre uma drástica redução e se promove a remoção deste gás com efeito de estufa da atmosfera, 77-87% dos corais poderão sobreviver, porque a saturação de aragonite manter-se-á superior a 3.

Noticía retirada de: http://naturlink.sapo.pt/Noticias/Noticias/content/Recifes-de-coral-correm-o-risco-de-estar-moribundos-em-2100?bl=1