O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.

Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.

O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.

A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Novos Fármacos a partir do Mar



Porquê olhar para os Oceanos como fonte de novos fármacos? 

Os oceanos são uma fonte rica em diversidade tanto biológica como química. Cobrem mais de 70% da superfície terrestre e contêm mais de 300.000 espécies descritas de invertebrados e algas - e acredita-se que isto seja apenas uma pequena percentagem do número total de espécies que ainda estão por descobrir e descrever! Um número relativamente pequeno de organismos marinhos que foram estudados até ao momento - principalmente algas e invertebrados - já produziu milhares de novos compostos químicos, mas apenas uma pequena percentagem destes químicos foi estudada relativamente ao seu potencial como fármaco. Finalmente, embora esteja a ser feito um enorme esforço pela indústria farmacêutica no sentido de conceber fármacos sintéticos, através da utilização de técnicas de modelação molecular, os produtos naturais marinhos ainda fornecem estruturas químicas únicas e pouco habituais sobre as quais se pode basear a modelação molecular e a síntese química de novos fármacos.

Quais os desafios da descoberta de novos fármacos do Mar? 

Bastante simples: tecnologia, dinheiro e regulamentação. Os desafios técnicos incluem a exploração de novos ambientes e o desenvolvimento de novas plataformas, ferramentas e métodos analíticos para descobrir ou testar organismos que nunca foram estudados. O desafio financeiro consiste em obter apoio adequado para a exploração e investigação em fase precoce para a descoberta de fármacos de elevado risco. Os desafios políticos e regulamentares envolvem o cumprimento dos regulamentos relacionados com os direitos de um país em relação aos seus recursos naturais, bem como a partilha justa e equilibrada das tecnologias e dos lucros resultantes da comercialização de produtos a partir de recursos marinhos.

A descoberta e desenvolvimento com sucesso de produtos farmacêuticos derivados de organismos marinhos, irá depender, naturalmente, da nossa capacidade para lidar com uma série de outras questões científicas. Que organismo produz o composto bioactivo e porquê? Poderemos aplicar este conhecimento à nossa compreensão cada vez maior do genoma humano e dos processos das doenças humanas? Existem alternativas viáveis para evitar a sobre-exploração e assegurar a utilização sustentável dos recursos marinhos para o desenvolvimento de fármacos?



Para continuar a ler, visitar o link abaixo onde consta o artigo completo que está bastante interessante!!