O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.

Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.

O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.

A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Descobertos resíduos de plástico no Oceano Antártico


Foram detetados os primeiros detritos de plástico no Oceano Antártico durante uma expedição que tinha como objetivo estudar a biodiversidade e os ecossistemas marinhos no âmbito das alterações climáticas.
Foram detetados os primeiros detritos de plástico no Oceano Antártico. Esta descoberta foi realizada durante uma expedição do navio de investigação francês Tara, ao longo de 70 mil milhas nos oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico que durou dois anos e meio. Esta expedição tinha como objetivo estudar a biodiversidade e os ecossistemas marinhos no âmbito das alterações climáticas.
“Sempre assumimos que este era um ambiente prístino, muito pouco tocado pelos seres humanos”, referiu Bowler Chris, coordenador científico do Tara Oceans. “O facto de termos encontrado estes plásticos é um sinal de que o alcance dos seres humanos é verdadeiramente planetário.”
Amostras recolhidas em quatro diferentes estações no Oceano Antártico e Antártida revelam que os restos de plástico estão numa média de 50 mil fragmentos por quilómetro quadrado, uma taxa semelhante à média global. Embora os traços de poluentes sejam habituais, os investigadores achavam que as taxas no Oceano Antártico seriam dez vezes menores que a média global.
"Descobrir plástico nestes níveis tão elevados foi completamente inesperado", indicou Bowler durante uma conferência no Museu da Ciência em Londres, na passada quarta-feira.
Os fragmentos microscópicos, invisíveis até se acumularem em redes de arrasto, são o resultado da degradação de resíduos como sacos plásticos e garrafas, ao longo décadas pelo efeito da radiação ultravioleta e água do mar. Os investigadores do Tara, cujo trabalho foi recentemente saudado pelo secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, também ficaram surpreendidos ao descobrir fibras sintéticas, resíduos das lavagens de roupa, constituídas por uma porção significativa de fragmentos de plástico.
O impacte dos plásticos no ambiente marinho tem sido largamente observado e relatado. Os peixes e aves consomem regularmente estes detritos, que são confundidos facilmente com presas. Para além dos danos diretos no animal, podendo conduzir à sua morte, estes poluentes libertam toxinas e outros compostos químicos que podem ser transferidos ao longo da cadeia alimentar.