O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.

Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.

O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.

A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ártico: Expedição revela proliferação de fitoplâncton debaixo do gelo

"Uma floresta no meio do deserto gelado. Foi assim que os cientistas descreveram o que encontraram numa expedição da NASA ao Ártico. O Oceano Ártico está a ficar pintado de verde devido à proliferação de fitoplâncton debaixo do gelo.  
A expedição ICESCAPE (Impactos do Clima nos Ecossistemas e na Química do Ártico) explorou as águas dos mares de Beaufort e Chukchi no Alasca. “Observámos uma expansão massiva do fitoplâncton (...) por baixo da camada de gelo no mar Chukchi”, indicam os autores do estudo.
Esta mancha verde estende-se por mais de 100 quilómetros. As alterações no Ártico já tinham sido detetadas através de imagens de satélite da NASA. A expedição tinha como objetivo confirmar os dados. De acordo com o estudo publicado na revista Science, o aquecimento global é responsável por este fenómeno.
"Até agora pensava-se que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha, só crescia depois do gelo recuar, o que acontece durante o verão. Segundo Sam Laney, biólogo do Woods Hole Oceanographic Institution, as camadas de gelo no Ártico ao ficarem mais finas permitem que a radiação solar chegue ao fitoplâncton que se localiza por baixo.
“Se alguém me perguntasse se veríamos fitoplâncton debaixo do gelo, diria que não é possível”, reconhece Kevin Arrigo, da Universidade de Stanford e líder da expedição. “Foi uma surpresa completa.”
O fitoplâncton teve um crescimento muito ativo, chegando a dobrar a sua quantidade em apenas um dia. Em mar aberto leva entre dois a três dias. 
Como o fitoplâncton consome grandes quantidades de dióxido de carbono, os cientistas irão avaliar a quantidade de CO2 que está a entrar no Oceano Ártico e se estes organismos são comuns debaixo do gelo. “Neste momento não sabemos se o fitoplâncton apareceu agora ou ainda não o tínhamos visto”, explicou Arrigo."

Notícia publicada a 12-06-2012