O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.

Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.

O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.

A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Amostragem nos Açores

Hoje foi uma equipa para os Açores para fazerem amostragens intertidais e de mergulho. Têm como objetivo recolher esponjas marinhas, mexilhões, estrelas do mar, lapas e outras espécies marinhas. Boa Viagem!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Balanço Amostragens Sul

Dia 24 de Maio 2013
Praia da Bafureira, São Pedro do Estoril

Figura 1  - Praia da Bafureira
Nesta praia foram recolhidas as seguintes espécies de esponja:
Figura 2   -  Exemplares recolhidos.

Dia 25 de Maio 2013
Praia de Monte Clérigos, Monte Clérigos

Figura 3  - Praia Monte Clérigos.
Nesta praia foram recolhidas as seguintes espécies:

Figura 4 - Exemplares recolhidos.


Neste dia na maré de fim de dia deslocámos-nos até à Praia de Almograve para fazer amostragem, mas só foi encontrada a espécie Hymeniacidon perlevis em muita pouca quantidade.


Dia 26 de Maio 2013
Praia Vila Nova de Mil Fontes, Vila Nova de Mil Fontes

Nesta praia foram recolhidos os seguintes exemplares:

Figura 5 - Exemplares recolhidos.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Amostragens Zona Sul de Portugal

Estão previstas amostragens para a zona sul nos dias 24,25,26 de Maio. As praias que estão na lista destas amostragens são: Almograve, Vila Nova de Mil Fontes, Monte Clérigos.
Além destas, queremos também tentar uma praia pela zona do Estoril e outra em Sº Torpes.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Vítor Vasconcelos descreve a investigação aplicada na área do mar e do ambiente


Publicado em 8/5/2013 por Renata Silva
Desenvolver novas substâncias a partir de cianobactérias e de esponjas com aplicação em doenças humanas, apostar na aquacultura, sensibilizar o público para o ambiente e continuar a formar jovens investigadores. São algumas das prioridades e projetos do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR). Em conversa com o Ciência 2.0, Vítor Vasconcelos, presidente do CIIMAR desde janeiro de 2013, reforça a importância da ciência aplicada, através de parcerias com empresas que poderiam ser fontes de financiamento da investigação.
O que é que consideram como prioritário no vosso centro de investigação?
Sendo um centro de investigação, apoiamos a formação avançada. Temos uma responsabilidade muito grande na Universidade do Porto de colaborar na formação de alunos de pós-graduação em especial de mestrado e de doutoramento. Queremos continuar a dar esse apoio. Por outro lado, temos as áreas de investigação que queremos que sejam cada vez mais aplicadas. Transformar a investigação em produtos que possam ser utilizados do ponto de vista económico é para nós fundamental e nos próximos anos vai ser cada vez mais importante. Outra questão é ajudar a sociedade de uma forma geral a entender o mar e o ambiente. Para isso temos um programa de educação ambiental, quer nas instalações do CIIMAR, quer em dois centros de monitorização e educação ambiental, em que desenvolvemos programas para os vários níveis escolares e para vários públicos. Fazemos atividades durante o ano inteiro. Acho que nunca é demais trabalharmos na área da educação ambiental, muito embora, hoje em dia as camadas mais jovens estejam mais sensibilizadas. Desde pequenos os jovens aprendem que o meio ambiente tem de ser utilizado por todos. Acho que as faixas etárias mais jovens se vão transformar em adultos ambientalmente conscientes. O desafio está nos adultos, os pais e os avós dessas crianças, que não tiveram educação ambiental e que podem ser influenciados por elas. Contudo, temos de atuar junto deles. As ações que fazemos também vão para essas faixas etárias. É uma batalha contínua.
Quais são as grandes áreas de atuação do CIIMAR?
Temos várias disciplinas a funcionar ao mesmo tempo no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental. Inicialmente o foco estava na área da biologia, mas depois começamos a perceber que, para conhecer melhor o mar e o ambiente, precisávamos de outras áreas e então começamos a juntar pessoas de várias faculdades: do ICBAS e da Faculdade de Ciências da UP, de Engenharia e também da faculdade de Direito, quanto à questão do Direito Marítimo. O CIIMAR trabalha neste momento em três grandes áreas de atuação: Biotecnologia marinha, a monitorização e o conhecimento das regiões costeiras e a avaliação e as medidas de mitigação relativamente a contaminantes ambientais nas regiões costeiras e marinhas.
“A ciência é importante quando tem uma aplicação”

Como é que classifica o atual panorama de investigação científica que se faz em Portugal?
Em termos de qualidade, acho que Portugal deu na última década um salto brutal, a nível qualitativo e quantitativo. Basta ver os indicadores que mostram que estamos a subir cada vez mais em termos de produção científica e cada vez mais a publicar em revistas de melhor qualidade. Temos vindo a melhorar em várias áreas e isso é um reflexo da questão financeira. Na última década tem havido um investimento muito forte por parte dos vários governos que viram que apostar na ciência e na inovação era bom para o país, pois desenvolvemos capacidade técnica e científica que depois pode ser desenvolvida nas empresas. Claro que nos últimos dois anos temos vindo a assistir a um retrocesso que, neste momento, ainda não se tem refletido na quantidade e na qualidade da ciência, porque aprendemos que temos de ir buscar o financiamento a outras fontes, como os fundos europeus e a parceria com as empresas. A ciência é importante quando tem uma aplicação. Temos de ir junto das empresas perguntar quais são os problemas que eles têm para, dentro das nossas capacidades, tentarmos ajudá-las a resolvê-los. O financiamento das próprias empresas é muito importante. Trata-se de algo que em Portugal não é muito claro, nem significativo, mas acho que, quando a crise passar, teremos de seguir esse caminho. No Brasil, por exemplo, as empresas têm de dar uma percentagem dos seus lucros para a investigação. Se isso acontecesse em Portugal nós estaríamos muito bem. Teríamos um financiamento que não era do Estado e que iria resolver determinados problemas. No entanto o mecenato científico em Portugal ainda é muito residual. Temos de mudar a mentalidade das empresas nesse sentido.
O que acha que se deve fazer para que a ciência portuguesa não regrida?
Acho que por um lado é fundamental que a nível público o Estado entenda que é importante apoiar a ciência. É importante que haja uma manutenção e uma regularidade. A Fundação para a Ciência e Tecnologia tem vindo a abrir concursos anuais. Se isso deixar de acontecer começa a haver quebras e pode ser mau. É importante que as empresas entendam as vantagens da ciência aplicada e que estas possam contratar os doutorados que temos vindo a formar nas universidades que são uma mais-valia para qualquer instituição. Depois, a nossa contínua busca por financiamento exterior. Portugal contribui para as instituições europeias com verbas e nós temos que ir lá buscar essas verbas através de projetos científicos e temos de nos integrar em redes europeias. Temos de ser pró-ativos.
Quais os principais projetos que estão a ser desenvolvidos no CIIMAR?
Posso referir que tivemos recentemente aprovados três projetos no âmbito da região Norte: um deles foca a área da aquacultura, em particular o desenvolvimento de métodos para novas espécies e de dietas mais adequadas, porque os recursos são cada vez mais reduzidos do ponto de vista natural, o segundo diria que é a biotecnologia marinha no sentido mais restrito de pesquisa de novos produtos biologicamente ativos com interesse farmacológico, por exemplo, novas substâncias a partir de cianobactérias ou de esponjas e que possam ser usadas em doenças humanas. Dentro da biotecnologia temos também apostado no desenvolvimento de substâncias com potencial antiencustrante, pois importa desenvolver tintas ambientalmente vantajosas para evitar que os organismos fiquem encustrados nos barcos, visto que estes fazem diminuir a velocidade e aumentam o gasto energético. Uma terceira área dentro deste tema é a elaboração de produtos naturais que possam ser usados para evitar o desenvolvimento de algas tóxicas na região costeira. Por último, o outro projeto relaciona-se com as medidas de mitigação de contaminação ambiental em especial de hidrocarbonetos, que é uma área que nos interessa muito.
O desafio está nos próximos anos
Qual a atual situação do CIIMAR a nível de financiamento?
Estamos como todos os centros de investigação: com cortes significativos no financiamento. Penso que iremos sobreviver apesar desses cortes. Em termos de crise temos de ser inventivos e temos de tentar fazer mais por menos. O grande desafio vai estar para os próximos anos, pois a FCT vai lançar um novo concurso de avaliação de financiamento das unidades de investigação e nós estamos um pouco expectantes para ver o que vai acontecer. O CIIMAR é um centro de investigação que tem um corpo técnico de investigadores e administrativo e temos de ter a capacidade financeira para manter esta estrutura. Neste ano não estou com perspetivas negativas, apesar dos cortes, pois temos uma grande quantidade de projetos científicos que nos auxiliam nesse financiamento.
Que ambições para o futuro?
Por um lado, fazermos com que o CIIMAR seja uma unidade de investigação de referência a nível nacional na área do mar e do ambiente e para isso também vai contribuir muito, daqui a um ano ou um ano e meio, a mudança para as novas instalações no Porto de Leixões, pois iremos ter um edifício junto ao mar. Outra ambição será tentarmos conseguir ser reconhecidos por empresas a nível nacional e internacional de modo a formar parcerias e a trabalhar em projetos que resolvam problemas que a empresa ou o próprio país possam ter. Queremos obviamente descobrir um novo medicamento que seja útil para o tratamento do cancro ou de uma doença neurodegenerativa e ter uma espécie em aquacultura que esteja já pronta para ser transferida do ponto de vista tecnológico.

Notícia na integra em:

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Esponjas em fase de reprodução

No passado dia 29 de Abril fomos à Praia da Memória, Matosinhos, verificar se alguma espécie de esponja estaria em fase de reprodução. 
Praia da Memória, Matosinhos
Pela leitura dos artigos concluímos que esta fase se dá no tempo mais quente (Maio até Agosto) e que se observa uma maior intensidade de cor na esponja.
Na praia recolhemos exemplares de duas espécies: Hymeniacidon perlevis e Ophlitaspongia papilla. Estas pareciam estar um pouco diferentes do que o normal.


H. perlevis


H. perlevis e O. papilla a competir pelo espaço na rocha.
Após análise microscópica, concluímos que as espécies ainda não se encontravam em fase de reprodução, pois não foram encontradas larvas (característica desta fase).