A descoberta e desenvolvimento com sucesso de produtos farmacêuticos derivados de organismos marinhos, irá depender, naturalmente, da nossa capacidade para lidar com uma série de outras questões científicas. Que organismo produz o composto bioactivo e porquê? Poderemos aplicar este conhecimento à nossa compreensão cada vez maior do genoma humano e dos processos das doenças humanas? Existem alternativas viáveis para evitar a sobre-exploração e assegurar a utilização sustentável dos recursos marinhos para o desenvolvimento de fármacos?
O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.
Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.
O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.
A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Novos Fármacos a partir do Mar
A descoberta e desenvolvimento com sucesso de produtos farmacêuticos derivados de organismos marinhos, irá depender, naturalmente, da nossa capacidade para lidar com uma série de outras questões científicas. Que organismo produz o composto bioactivo e porquê? Poderemos aplicar este conhecimento à nossa compreensão cada vez maior do genoma humano e dos processos das doenças humanas? Existem alternativas viáveis para evitar a sobre-exploração e assegurar a utilização sustentável dos recursos marinhos para o desenvolvimento de fármacos?