O projeto PTDC/MAR/099642/2008 “Filogenia e quimiodiversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas marinhas”, com a referência FCOMP-01-0124-FEDER-010568, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem como principal objetivo compreender o papel das cianobactérias em associação com esponjas.

Neste projeto será estudada a diversidade de cianobactérias simbióticas em esponjas e a sua relação com as espécies de hospedeiros, em águas temperadas do Atlântico Norte. Serão usadas várias abordagens, desde métodos tradicionais com identificação baseada na morfologia e estrutura microscópica até métodos moleculares com primers específicos para as cianobactérias e esponjas.

O estudo da potencial produção de toxinas (hepato e neurotóxicas) será realizado através do uso dos primers que detetam genes envolvidos na síntese de microcistinas, ciliondrospermopsinas e saxitoxinas. Primers já desenhados e primers degenerados serão usados e no caso de respostas positivas, recorrer-se-à a PCR e métodos químicos para avaliar a produção de toxinas.

A avaliação da transmissão vertical das cianobactérias e a possibilidade de a associação com novas espécies poder ocorrer durante o desenvolvimento das esponjas serão estudados com larvas de esponjas. Utilizar-se-á imunolocalização para detectar e quantificar as cianobactérias, incubando-se larvas de esponjas livres de cianobactérias, com espécies de vida livre locais.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Equipa Internacional descobre passos que levam a Destruição de Recifes

"A depleção de oxigénio e a acidez do meio ambiente criam uma reacção em cadeia que leva à morte dos corais. Investigadores do Max Planck Institute para a Microbiologia Marinha, em Brema (Alemanha) em colaboração com colegas australianos, italianos e do Sultanado de Omã estudaram como é que estes animais marinhos morrem quando expostos à sedimentação.

Miriam Weber mediu as concentrações de oxigénio.
Crédito: C.Lott/HYDRA Institute/Max Planck

A formação de recifes de corais cobre a superfície das regiões tropicais costeiras, a 30 graus do Sul e Norte do Equador. Os pólipos de coral constroem os esqueletos de carbonato que se formam nos recifes há centenas a milhares de anos. A fotossíntese das algas simbióticas dentro dos pólipos produz oxigénio e carbo-hidratos de dióxido de carbono e água, alimentando-os ao mesmo tempo.
Desde os anos 80 que o processo de descoloração está em estudo: temperaturas elevadas de um para três graus induzem as algas a produzir toxinas. Os pólipos reagem expelindo as algas e o recife de corais vai perdendo a cor. Sem uma relação simbiótica o coral apenas sobrevive algumas semanas.

As zonas costeiras com excesso de erosão e onde os rios expelem sedimentos orgânicos para o mar, são prejudiciais para os corais, já que podem morrer rapidamente quando exposto à sedimentação. Miriam Weber, cientista do Max Planck Institute, explica que “a combinação de depósitos de sedimento e elevada matéria orgânica com microrganismos pode causar a morte súbita de corais”. A investigadora refere ainda que para conseguirem “controlar estes parâmetros físicos, químicos e biológicos realizaram várias experiências, no Instituto Australiano para as Ciências Marinhas, em condições controladas em grandes contentores, para que pudessem imitar o habitat natural”.


Notícia publicada no Ciência Hoje a 23/05/2012